domingo, 18 de março de 2012

Sede

Não vale mesmo a pena
chorar
sobre o leite
derramado...
"...isto não tem nada a ver com leite ,
mas com sangue!
Tudo o que eles
querem
é o seu sangue
invertido
para dentro
dos seus próprios
corpos."
Ah!!!!
como eu sei
que todo aquele sangue
não chegaria
para me matar
a sede !
"e todo esse sangue
não chegaria para me afogar!"
sangue,
sangue
...sede de morte!...
"Os meus lábios
tocaram
os teus
e!...
...estavam...
...gélidos..."


Ala Crime (Pedro) & Poisoned Dream (Daniela Sophia)

sexta-feira, 16 de março de 2012

Que Seja Eterna

Henrique,

Hoje é o dia
o dia em que te escrevo e descrevo
enquanto sorrio para a Lua;
Amanhã,
caminharei em direcção às tuas palavras
utilizando a bússola da tua mente...

Vivemos, vivemos, viveremos
de mãos dadas com as desilusões,
disseste tu!
mas eu sei que aprendemos com isso,
que nos ensinámos e ensinaremos,
um ao outro,
a não cair facilmente
e a erguermos-nos novamente
como se nada tivesse acontecido.

Meu caro amigo,
aqui te digo e resumo
que jamais seria quem sou
se vivesse a tua ausência;

Aqui te digo
que a chuva já não me molha
e o Sol já não me seca
da mesma maneira;

Aqui te obrigo a brindar
à luz das desavenças passadas,
ao companheirismo,
à harmonia,
e que a nossa amizade nunca morra
poluída,
seca,
abandonada...
que seja eterna!

sábado, 10 de março de 2012

Diz-me

De onde vens?
Para onde vais?
Diz-me!

Diz-me que chão pisas tu,
que mundo é o teu,
em que carroça fazes a viagem
e que bagagem levas;

Diz-me vais e não voltas,
que ficas para sempre
e mais além
distante dos olhos do meu coração!;

Diz-me qual é a tua matemática,
que dialecto falas,
porque é que planeias o gesto
e em que ritmo cantas tu!

Se puderes,
diz-me tudo o que tens a dizer!
Diz que não sou eu quem contemplas c o n s t a n t e m e n t e
e que não são os meus passos que te incomodam a paixão!...

terça-feira, 6 de março de 2012

Aresta Floresta Funesta Opus II

‎...e lamuria-se a terra humedecida

pela chuva de passos trocados pelo tempo...!

"quase como arrastados

pela terra em enxurradas...

devastadoras..."

arrastados sem causa,

ao acaso...

numa razão

desconhecida!

"como uma lágrima indefinida,

derramada."

...sobre perda pelo gosto de amar...

"um casco de barco

abrindo feridas na àgua...

o que fica para trás é

ondulação!"

levo

comigo

o coração

massacrado

em

Seu

nome

"em farrapos

encrustados

arames

farpados!!!!"



Ala Crime (Pedro) & Poisoned Dream (Daniela Sophia)

segunda-feira, 5 de março de 2012

Brevemente Ofegante

Penso, repenso
e será que há um senso?
Acende, apaga,
a chama do fumo que me esmaga
e que queima a água fria que me afoga!

Passo a passo,
num espaço infinito eu passo
mas nunca chega o achego do beijo
da boca perfeita que pretendo beijar.

E assim me reencontro ao acaso
num caso casual
em nome da dúvida duvidosa
do olhar desviado da timidez.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Uma Entidade

Eu sei,
todas as terras que arduamente lavrei e percorri em vosso nome,
todas as perguntas inoportunas que vos fiz,
quando quebrei o sagrado silêncio;
Não sei,
qual o sentido da vossa vontade divina
e porque voais lânguidamente sobre o assombro da sombra...
Porquê?
Quem sois vós?
Que fazeis aqui?
Que quereis vós dizer com esse silêncio?...
Mas perdoai a arrogância dos meus compassados passos...