terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Graça

O desfruto da beleza da noite
coberta pelo silêncio outrora ali derramado
vislumbra nos espinhos das rosas
e nos olhos dos caminhantes das infinitas estradas
pisadas por ti, enquanto ofegante caminhávas
na procura de ti mesmo.

A suave brisa de uma Primavera
onde abunda a luz do Sol
sobre os puros campos verdes
que hoje cobrem as terras mortas
em que plantei a esperança de te ver.

Quando os caminhos desconhecidos se cruzarem,
as rosas forem vistas nesses campos verdes,
o Sol der luz à tua noite
e à tua exaustão,
estarei lá para te acolher nos braços e sorrir
vendo o teu belo rosto iluminado
pela palavra do amor.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

As Correntes de Ellie

[Ellie Adranssack] Vivia escondida por detrás das máscaras que pareciam ser correctas, tendo em conta o que aparentava ser.
Aos olhos dos mais crueis, era uma das piores criaturas que conheciam. Diziam-no sem saber que [Ellie] era diferente, especial e que não era o que pintavam ser.


Vê, sente, sabe
E ninguém além da sua aparência,
Das falsas e mal contadas histórias que se ouvem por aí
E ninguém sente as diversas maravilhas e os diversos horrores do mundo que a rodeia, que os rodeia
Da forma como ela sente
E ninguém sabe o que ela finge não saber
Lendo nos gestos e nos olhares dos que se aproximavam.

Esconde-se, vive, faz
E muitos escondem dos outros o que verdadeiramente são
Tal como ela fez durante anos
E ninguém sabe como ela vive frustrada de tanto fingir
Ser o que não teria de ser
E ninguém faz o que ela faz, fez, faria para salvar e proteger os adorados e amados
Sendo superior às expectativas dos que a odeiam.

Mas liberta-se, libertou-se...
Daquilo que tinha de se libertar
Partiu as correntes que lhe estrangulavam a alma
Sem a deixar ser ela mesma...
As correntes que lhe amarravam os pés sem a deixar caminhar
Na direcção a que estava destinada
E que ninguém quis ver, sentir, saber...

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

VS

As paisagens verdes, harmoniosas e de cheiro agradável, como o das flores que as completava ou lhes faltava.
O cantar dos pássaros e o seu voar, desde o mais complexo ao mais simples.
Os cabelos que se movimentavam de forma lânguida com o soprar do vento misturado com a harmonia do ambiente.
O olhar brilhante da felicidade, por vezes interrompida pelos acasos da vida.
O espírito positivo e fortalecido pela sorte.
E do outro lado...
A vista suja dos infortunados que andavam perdidos aos caídos.
O olhar vazio de alguém cuja tristeza e solidão lhe estava de tal forma cravada no rosto, que era notável à distância.
O contar das poucas e não valiosas moedas guardadas num bolso roto e imundo.
O corpo moribundo que mantinha, por vezes, a esperança e as boas memórias do que anteriormente foi vivido.
O contraste entre a alegria de viver e a miséria das ruas.
Aquilo que hoje se vive, e amanhã pode já não existir...

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Nevoeiro das Palavras

Acendo mais um cigarro, com o isqueiro que as mãos cansadas da minha mãe me ofereceram com ternura.
Só mais um, para matar mais um pouco dos meus já negros pulmões, que gritam por mais e mais...
A cigarreira, riscada e amolgada, chama pelo meu toque de morte...e sem hesitar, atendo ao seu pedido.
Ardendo, lentamente, como uma chama deslumbrante, assim é o vício que não me deixa e que eu não abandono...
Já as minhas geladas mãos, anseiam também pelo toque da caneta que me leva a escrever aquelas que são as palavras muitas vezes levadas pelo vento e que não têm retorno. Que me vislumbram. Que me cansam. Que me entristecem e alegram. Que me mantêm acordada.
Eis que surge mais um conjunto de palavras, emaranhadas e de cor preta, escritas com a mão que fuma e desespera pelo papel...

domingo, 4 de dezembro de 2011

...Vida

Há quem sonhe.
Há quem fale, fale demais, de menos ou o suficiente.
Há quem leia e pense.
Há quem escreva, expressando o que sente e vê.
Há quem aja, aja sem pensar, pense demais ou de menos antes de agir e mal ou bem, mas age.
Outros, porém, juntam alguns ou todos estes ingredientes e fazem o seu ser, o seu feitio e deixe a sua marca.
Mas todos descobrimos algo em nós, nos outros e no Mundo até morrer... Até morrer o cérebro, a alma ou ambos....
E...o único requisito...é estar vivo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Mistério (?)

Havia pó e cinzas, pertencentes às almas penadas angelicais, debaixo da grande porta do infinito céu. Sabia-o pelo ruído que fazia ao abrir-se, quando me queria mostrar os brilhantes raios de Sol pela manhã.
Ouvia as fortes vozes das almas, que me diziam existir algo (sur)real que me falhava ao fitar o meu olhar no magnifico rosto daquele que me captava a atenção constantemente...
Porém, tento ainda descobrir a (sur)realidade que me escapa, atravessando-me a alma duvidosa, para que consiga alcançar tal misteriosa criatura.

sábado, 26 de novembro de 2011

Memória em Chamas

Pedaços mortos de recordações vivas
Gritos silenciosos
Chamas apagadas pelo vento da ira
Como que um jogo de palavras
Que só os deuses das letras poderão entender

Criaturas da noite
Que se dissimulam de dia
Passando despercebidas
Na penumbra de árvores despidas
Com ramos ressequidos e inanimados

Mais uma caneta sem tinta
Que tenta escrever uma parlanda
Numa folha antiquíssima e agora queimada
Com o fogo ardente e frio
De um fósforo partido.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Incerteza

Questiono os meus sentimentos,
a minha culpa,
as minhas atitudes...
Questiono-me sobre o que sou,
o que faço...
Estarei correcta?
ou errada?
A incerteza invade-me os pensamentos,
sem me deixar raciocinar.
Será melhor esquecer?
ou insistir?
Eis a questão...

terça-feira, 22 de novembro de 2011

(Doce) Piano Sonhado

Toco, sonhando,
Uma melodia no meu piano velho
Cujas teclas obsoletas, com teias de aranha,
Continuam macias

Uma (doce) melodia,
Tocada por minha alma (triste e vazia),
Que inconsientemente me acalma
Sem razão aparente...

E, subitamente, acordo
Acordo numa sala escura
Cheia e desocupada
Que me acolhe (docemente)
Levando a minha tristeza e ira

Mas...
Onde estou eu?
Saber, não sei
Apenas sonho
Com o piano das doces melodias
Que toco sonhando,
Sem saber o paradeiro do meu (doce) lar...

domingo, 20 de novembro de 2011

Perdida no Bosque

Passeando por bosques imaginários,
Procuro a paz do meu ser
Ouvindo gritos silenciosos
De naturezas mortas que pretendem renascer...

Abrindo um caminho para a minha passagem,
Vejo uma luz
Que seria uma simples miragem
Mas de um puro brilho que me seduz...

Mais uma vez tropeço, caindo desamparada
Ouço uma voz que me chama
E, começando uma nova caminhada,
Vou ao encontro da voz de quem me ama...

The Dark River (A Perfect Nightmare)

There was a dark river...
Where nymphs used to sing lullabies
And death used to rhyme
With the dance of the dead butterflies

A princess dressing black
Walking through the forest
She didn't know she wouldn't come back
Because that was the perfect nightmare...in the dark river

Looking beyond,
Exploding stars above,
She was lost in the dark
Crying like a desperate wolf
When suddenly her desires turn into Hell...

This is the perfect nightmare
No time to cry, no faith
She couldn't escape her fate...

Losing her life in the perfect nightmare
While a dark rose cries blood,
For those who died
I couldn't stand by
In the dark river...