sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
SeteSeteSete
Na tua boca
nascem as sete maravilhas do mundo
e onde tu és a oitava,
as árvores se querem ajoelhar
para as folhas te beijarem.
A tua aura
é composta por sete cores
e sete silêncios por desvendar.
Quem me dera
poder desenhar-te,
recriar-te,
como um quadro vivo
guardado em meus olhos.
Trazes vida nas tuas mãos,
levas calor no brilho do teu cabelo
e fazes ecoar nas nuvens
um verbo com o teu nome
que faz chover o meu.
Ao amor invulgar
O despertar na ausência
enaltece a potência do aconchego
e da primeira palavra do dia
quando juntos à saudade.
A saudade é um mecanismo não concluído
do qual resulta apenas uma certeza
e me faz suspirar um nome.
No nome se escreve o silêncio
da palavra principal,
letra inicial
Amor.
Não me quero viciar,
mas o veneno é intrínseco
e coagula o meu sangue
num batimento cardíaco único,
o último.
Se não fosse a cantiga do poema
e a vulnerabilidade à palavra
e ao gesto,
de nada resultaria a existência.
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