sexta-feira, 6 de setembro de 2013



Fundiram-se
as luzes da ribalta
deste teatro a que chamamos vida:
a ausência virou costas
e o silêncio tomou conta da plateia;
o actor principal,
não sabe mais representar
mas as cortinas não se fecham.

A peça foi adiada
enquanto as lâmpadas são substituidas
e não se ouvem as pancadas de Molière:
até os cartazes das ruas
se desintegraram por falta de conhecimento
e actores inexperientes,
insuficientes,
da matéria da força.

E eu questiono:
Será que o teatro tem de morrer
até o artista se recompor?