quinta-feira, 23 de abril de 2015

Se...



Se adormecesse
ao nascer do sono
As ondas do mar quebrariam
como cabelos brancos
nos sonhos de uma rapariga.

Em ruídos rochosos,
apneia das palavras
como nunca pensadas.
Em dizer-me a luz,
apagou-se o sentido:
Sombra do veneno
que jamais esquecerei.

sábado, 24 de janeiro de 2015

O Jogo



Nada.
Tudo.
As ofertas estão na mesa
e as escolhas nas minhas mãos.
Lanço o dado:
Cinco.
Recuo, fico, avanço?
Incógnita silenciosa,
duvida venenosa.
Qualquer sopro, brisa.
Movimento, esperança:
congelo, paro o tempo.
Quem somos nós neste jogo?
Quem sou eu?
Fruto da imaginação do espelho!

Quebra, solta
Onde estou no tabuleiro?
As questões de resposta ébria
dançam de novo na mesa.

Nunca me esqueci
do dia em que não te conheci.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Perfume



Amas a noite,
tocas o céu e as estrelas
morres pelo infinito
e cobres-me com o seu véu.

És o perfume que me chama
e aguças os sentidos da natureza
quando irrompes do teu casulo.

Porquê esquecer
quando sei que continuo envelhecendo
com o cair da noite?

Vagueas na lua
sendo um corpo insone
na minha luta contra o silêncio.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

SeteSeteSete



Na tua boca
nascem as sete maravilhas do mundo
e onde tu és a oitava,
as árvores se querem ajoelhar
para as folhas te beijarem.

A tua aura
é composta por sete cores
e sete silêncios por desvendar.

Quem me dera
poder desenhar-te,
recriar-te,
como um quadro vivo
guardado em meus olhos.

Trazes vida nas tuas mãos,
levas calor no brilho do teu cabelo
e fazes ecoar nas nuvens
um verbo com o teu nome
que faz chover o meu.