terça-feira, 22 de maio de 2012

Do Avesso


Beber,
podemos beber um cigarro
e fumar um café;
Podemos acender um poema
e ler uma fogueira,
como loucos
que admiram as suas cicatrizes.

Dançam,
as sombras dançam
mais depressa que os próprios corpos
à volta de uma fogueira
e já cheira a fagulhas
e já cheira a cinza
e já se riem os amantes.

Sopra,
sopra-me o vento no cabelo,
o vento que cheira a Lírios
acabados de colher,
acabados de apodrecer,
acabados...

E riem-se de mim,
por escrever ao contrário
porque quero escrever
e porque chamo aos versos
coisas nunca antes ouvidas;
Mas não me importo,
sei que consigo ser lunática
e perder-me por entre letras.

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