quinta-feira, 17 de maio de 2012

Lua Cheia no Reino Maldito

Caía a noite na aldeia,
à Lua Cheia
uivavam os lobos dela senhores
que farejavam diariamente
os caminhos estranhos
percorridos pelas carroças reais
em fuga dum palácio assombrosamente belo

Queriam envenenar-me,
para que não pudesse aperceber-me
das atrocidades ali desenvolvidas
pelos servos loucos,
sem escrúpulos,
cavernosos,
que também eles sofriam nas mãos do Rei.

Ali,
as princesas tinham olhares
profundamente tristes
e os príncipes,
olhares podres e macabros;

Ali,
jaz a alegria,
a sete palmos daquilo que agora se vê
como silêncio
duma tristeza opaca.

Quis ser livre,
partir sem rumo certo
e lançar-me à incerteza dum novo mundo
pelo que murmurei:
- Nesta noite de Lua Cheia,
virarei costas ao Reino Maldito
e serei o que a poesia ditar.

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