quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Além Inverno




Enquanto as dentaduras do tempo
esperam pela sua hora certa
de fuga constante,
desespero pelo respirar dos dias
sem os ver passar cortantes
sabendo quando vou precisar
da sua maldade e veneno intrínsecos
para me erguer novamente.

Os crepúsculos estagnaram;
à minha vista periférica,
de quando sabia analisar
a dança dos papéis rasgados
e das folhas de Outono,
avisto que esperam por mim além
umas carruagens trovejosas
de um comboio fantasma.

Sei que pode não ser Inverno,
mas a ausência...
do que tomava por amanhã,
de mãos atadas com as costas do mundo,
faz-me crer piamente
que haverá pegadas no céu
quando a chuva nos fizer cair.

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