sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Eu comigo




Entranho-me na noite
como uma nuvem negra é uma nódoa no céu
(ainda bem que hoje não acendi a luz
pois assim a noite é mais bela ainda).

Dos meus segredos eu não falo,
mas evoco memórias deles
e invoco os todos os seus nomes
quando sobre eles choro...

- Desculpe, tem lume?

Converso comigo mesma
e procuro as coisas
onde sei que não estão.

Ora!
Que mais pode ferir a minha reflexão,
se não a ausência do silêncio?

Fechei a porta do mundo
e adormeci aconchegada na noite.

2 comentários:

  1. Muitas vezes, a procura interior começa com o "eu comigo". Aquela parte, que só o amigo eu consegue compreender nas escadas da vida.

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    1. Análise perfeita, Luna :) e há que saber conviver com o "eu comigo". Nunca se sabe quando é que vamos estar só connosco mesmos à parte de tudo!

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