segunda-feira, 23 de julho de 2012

Dia e Noite




Quero
ver o silêncio do tacto desaparecer
como uma núvem triste
e inútil
num dia de Verão radiante

A música é transparente
como inocentes discos velhos
num manuscrito ruidoso
aquando do amanhecer
junto da cidade adormecida

Quando há canetas
que dançam tristes
sobre paredes ilusórias
e frias,
eu acendo um fumo hilariante

E ao adormecer,
o sono e sonho
são sementes do desejo
incapaz de falar
quando calado pelas pálpebras solitárias.

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