Mata-me,
mata-me com subtileza
e contempla o meu sangue
jorrado nas paredes do nosso apartamento.
Mata-me,
porque os amantes de todo o mundo
ainda mastigam vidros estilhaçados
em memória dos corações partidos.
Mata-me,
já não reconheço o teu olhar
desde que cortaste a minha mão
proibindo-me de te tocar,
renegando os calafrios que nunca sentiste.
E mata-me novamente,
porque nunca é suficiente morrer uma só vez;
há que ocultar os cadáveres
e esmagar as lágrimas da perda
deixando-nos morrer mais um segundo.
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