segunda-feira, 4 de março de 2013

Amor de Morte II



Mata-me,
mata-me com subtileza
e contempla o meu sangue
jorrado nas paredes do nosso apartamento.

Mata-me, 
porque os amantes de todo o mundo
ainda mastigam vidros estilhaçados
em memória dos corações partidos.

Mata-me,
já não reconheço o teu olhar
desde que cortaste a minha mão
proibindo-me de te tocar,
renegando os calafrios que nunca sentiste.

E mata-me novamente,
porque nunca é suficiente morrer uma só vez;
há que ocultar os cadáveres 
e esmagar as lágrimas da perda
deixando-nos morrer mais um segundo.

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